segunda-feira, 19 de junho de 2017

Sergipe e seu Folclore único

FOLCLORE


Sergipe guarda em sua história e tradição muito das culturas portuguesa e negra e um dos mais ricos folclores do Brasil. São inúmeras as manifestações culturais que nos remetem ao passado e garantem, no presente, uma permanente interação entre as mais diversas comunidades responsáveis pela continuidade do nosso folclore. A seguir, você fará uma viagem pelo que há de mais belo na cultura popular sergipana.

Folclore A explosão de cores e sons. Sergipe ainda guarda em seu território, principalmente nas cidades de Laranjeiras, Japaratuba, São Cristóvão e Estância e Lagarto. uma grande quantidade de grupos folclóricos originais que mantém vivas as tradições populares. Uma verdadeira explosão de cores e sons expressos em criativas cantigas, belíssimas danças e encenações. A riqueza de demonstrações da cultura sergipana permite ao visitante e aos estudiosos, a oportunidade de conhecer a arte e a festividade do povo dessa terra. Estas celebrações festivas ficam mais intensas no decorrer do ciclo natalino, nos meses que circundam as datas comemorativas do nascimento de Jesus e das festas dos Santos Reis, e no ciclo junino, marcado pelas festas de colheita e devoção aos santos São José, São João, São Pedro e Santo Antônio. O folclore sergipano é parte do patrimônio imaterial do Estado, e demonstra a capacidade criativa de seu povo em perpetuar a sua arte de brincar, cantar, dançar e representar, recriando suas tradições. 



GRUPOS FOLCLÓRICOS


 Reisado





Dança do período natalino em homenagem ao nascimento do menino Jesus. A "brincadeira" começa em dezembro e vai até fevereiro, antes da quaresma, quando se realiza o "enterro do boi" - artefato que imita a figura do boi, enfeitado por fitas e tecidos coloridos -, que só é desenterrado dias antes do período de dançar.
Vários personagens formam o grupo. Os instrumentos que acompanham o Reisado são geralmente, o violão,  sanfona, pandeiro, zabumba, triângulo e ganzá.
Um detalhe curioso é o fato de existir no estado um Reisado formado apenas por crianças. Não há registros de nada similar em todo o país.




    Parafusos


 


No tempo da escravidão, os escravos negros fugitivos roubavam as anáguas das sinhazinhas. Cobrindo todo corpo até o pescoço, sobrepondo peça por peça, saíram pelas ruas dando pulos, rodopiando... A superstição da época contribuiu para que os senhores ficavam apavorados com tal assombração e não ousavam sair de casa.
          Após libertação, os negros saíram pelas ruas vestidos do jeito como faziam para fugir dos seus donos. Nasceram assim os parafusos.



 Cangaceiros





Em 1960, foi criado, por um morador local, que é apaixonado pelo tema do cangaço, um grupo composto de 17 homens e 2 mulheres (representando Maria Bonita e Dadá), vestidos de cangaceiros que saiu cantando e dançando pelas ruas de Lagarto,  costume vivo até hoje.


  São Gonçalo




Dança em homenagem a São Gonçalo do Amarante, que segundo a lenda, teria sido um marinheiro que  tirou muitas mulheres da prostituição, através da música alegre que fazia com a viola. A dança é acompanhada por violões, pulés (instrumentos feitos de bambu), e caixa. A caixa é tocada pelo "patrão" - homem vestido de marinheiro, como alusão a São Gonçalo do Amarante. O grupo dança em festas religiosas e pagamento de promessas. É composto em suas maioria por trabalhadores rurais, que se vestem de mulher, representando as prostitutas. Um dos grupos mais apreciados pela singeleza da dança e da música.


   Taieira




Grupo de forte característica religiosa tendo por objetivo a louvação a São Benedito e a Nossa Sra. do Rosário, ambos padroeiros dos negros no Brasil. É da imagem dessa santa que se retira a coroa para colocar na cabeça da "Rainhas das Taieiras" ou "Rainha do Congo". Durante a missa na Igreja de São Benedito, em Laranjeiras e também em Lagarto, as Taieiras, grupo de influência afro, participa efetivamente do ritual cristão numa demonstração clara do sincretismo religiosos entre a Igreja Católica e os rituais afro-brasileiros. O momento da coroação é o ápice da festa que se realiza sempre no dia 06 de janeiro, nessa igreja.
Tocando quexerés (instrumentos de percussão) e tambores, as Taieiras, trajando blusa vermelha cortada por fitas e saia branca, seguem pelas ruas cantando cantigas religiosas ou não.
Este evento é definido como uma das mais claras demonstrações de sincretismo, com santos e rainhas, procissões e danças misturados num mesmo momento de celebração.

      Cacumbi




Dança realizada em homenagem aos padroeiros dos negros, São Benedito e N. Sra. do Rosário. Composto exclusivamente por homens, o Cacumbi traça uma perfeita arrumação de seus componentes no contorno e no ritmo.
A festa é rítmica, o som é marcante e o apito coordena a mudança dos passos. Chapéus enfeitados por fitas e espelhos, cores vivas e muita alegria marcam o espetáculo.  


      Chegança




Dança que representa em sua evolução a luta dos cristãos pelo batismo dos Mouros. A apresentação sempre acontece na porta de igrejas, onde uma embarcação de madeira é montada para o desenvolvimento das jornadas, em Lagarto, Laranjeiras e outras cidades também é tradição
A predominância é do azul e do branco. O padre, o rei e os Mouros (personagens da Chegança), utilizam outras tonalidades. O pandeiro é o principal instrumento de acompanhamento, eles utilizam também apitos e espadas. Bastante teatral, a apresentação completa da Chegança demora, geralmente,  60 minutos.




A  influência do Samba em Sergipe




O samba é um gênero musical e tipo de dança popular brasileira cuja origem remonta à África. Os negros escravos que chegaram a Sergipe no início do século 17 trouxeram uma bagagem cultural muita significativa, com ritmos e cânticos que aos poucos foram sendo assimilados pelos portugueses e brasileiros. Essa mistura de culturas produziu um  tipo de samba, marcado por batidas suaves e sincopadas.
Sergipe é responsável pela absorção do samba em outras manifestações folclóricas, existentes até hoje. Em várias partes do Estado, mas principalmente no Litoral Sul, grupos folclóricos como Batucada, Samba de Coco e Pisa Pólvora, são exemplos vivos da raiz mais pura do Samba.


Grupo Folclorico de Zabumba 





Zabumba é o nome popular do “bombo”, um instrumento de percussão. O termo, também, é usado para denominar o conjunto musical composta por quatro integrantes, todos do sexo masculino, conhecido como “Banda de Pífanos”. Em Sergipe, as apresentações da Zabumba acontecem em rituais de pagamento de promessas, datas comemorativas, festas religiosas e festivais de cultura popular.




       Pisa-Pólvora





batalhas de busca-pés 




Um ritual, uma dança folclórica, muito parecida com a Batucada, ambas manifestações populares com forte expressividade no município de Estância. A finalidade maior do Pisa-Pólvora é preparar a pólvora para as sensacionais batalhas de busca-pés e para os barcos de fogo, abrindo os festejos juninos da cidade.
A dança é realizada em torno de um pilão, onde estão colocados o enxofre, o salitre e o carvão, substâncias utilizadas no preparo da pólvora. Homens e mulheres costumam participar, vestidos à moda caipira, cantando e dançando ao som de ganzás, tambores, triângulos, reco-reco e porca.
O ritual é uma herança dos tempos da escravidão; os negros costumavam realizar as tarefas, dançando, pisando forte no chão e tirando versos de improviso.


    Samba de Coco





Uma dança acompanhada de cânticos, a origem é africana, mas com forte influência indígena. A marcação do ritmo é forte, feita através dos sapateados e das palmas.
Sua origem africana está ligada intimamente à formação dos quilombos. Os negros que fugiam das senzalas se reuniam em locais distantes - quilombos, e para passar o tempo ocioso cantavam enquanto praticavam o ritual da quebra do coco, retirando a “coconha” (amêndoa), para o preparo dos alimentos. No Samba de Coco, o tirador do coco, também chamado de coqueiro, é quem puxa os versos, que são respondidos pelo coro dos participantes. Os versos podem ser tradicionais e improvisados e aparecem nas mais variadas formas, quadras, sextilhas, décimas, etc.
No Samba de Coco o canto é marcado pelos instrumentos de percussão: cuícas, pandeiros, ganzás, bombos, tambores, chocalhos, maracas e zabumbas que acompanham a sanfona.
Enquanto dançam, sapateando e pisando forte no chão, os participantes batem palmas e cantam, girando sem parar, desenvolvendo passos e requebros.
A indumentária é simples. As mulheres usam vestidos estampados, com saias rodadas e cinturas marcadas, e os homens, calças comuns e camisas identicamente estampadas. Nos pés, usam tamancos de madeira que ajudam a sonorizar o ato da pisada no chão.


     Batucada




Manifestação folclórica bastante difundida no município de Estância. Os instrumentos de percussão - tambor, reco-reco, ganzá e triângulo - e o compasso rítmico das batidas dos pés são as características mais marcantes.
A Batucada é composta de 100 a 150 figurantes, homens e mulheres, que vestem indumentárias típicas do ciclo junino. Na cabeça, todos usam chapéus de palha e nos pés tamancos de madeira.


     Bacamarteiros





Costume e tradição do município de Carmópolis. Os Bacamarteiros comemoram a noite de São João (24 de junho) com dança, música e muitos tiros de bacamarte (espécie de rifle artesanal). O grupo é composto por mais de 60 participantes, entre homens e mulheres. As mulheres trajam chapéu de palha e vestido de chita, dançam sempre em círculo, enquanto os homens, que ficam atrás, vão disparando tiros de bacamarte, de acordo com o desenrolar da dança.


     Sarandaia





A Sarandaia, realizada em Capela, é a junção de dois grupos folclóricos: Zabumba e Bacamarteiros. No dia 31 de maio, à meia-noite, eles saem às ruas pedindo brindes para ajudar a compor o mastro. O cortejo invade a noite com muita gente dançando ao ritmo da zabumba e os estouros dos bacamartes.


Samba de Aboio ou Samba de Bate-Coxa




Grupo de inflêuncia negra que teve sua origem há muitos e muitos anos , quando ainda existia cativeiro.Conta seu neto FRANCISCO DA MOTA que uma menina angolana chamada TAMASHALIM ECUOBANKER foi vendida para o engenho São João, no município de Japaratuba/SE. Ela se casou e veio a ter uma filha chamada de Maria da Solidade, que por sua vez também se casou e teve três filhos, Manoel Francisco da Mota, João Francisco da Mota e Maria Benedita da Mota, que ao completar mais ou menos 10 anos de idade encontrou na margem de um tanque, uma estranha pedra e correu para casa dizendo ter encontrado uma boneca e sua avó, TAMASHALIM ECUOBANKER, tinha certos conhecimentos religiosos, lhe disse que era Iansã, à qual chamamos de SANTA BÁRBARA. Então, se passou a comemorar o Festejo de Santa Bárbara em todos os Sábados de Aleluia e em todos os Domingos da Ressurreição.

Maria Benedita veio a falecer, e a sua mãe, Maria da Solidade continuou a festejar até sua morte em 1947, a partir daí seus filhos mantiveram a tradição até 2001. A festa de Santa Bárbara, através do Samba de Aboio tem à frente José Francisco Mota de Assis e conta com a cooperação de filhos, irmãos, sobrinhos e netos. O grupo dança em roda, defronte a sua sede, no Povoado Aguada cantarolando suas músicas, e sempre tem dois participantes no meio e estes, aproximam-se e colocam peito com peito, apoiando-se mais nos ombros e ambos afastam a coxa o mais que podem e choca-se num golpe rápido, sendo que após o contato, estes se retiram convidando outros participantes para continuar a brincadeira. Durante as festividades são fornecidos pirões de carne de bode e de galinha de capoeira.


Toda Semana Santa, época de festa no povoado Aguada, em Carmópolis



O Samba de Pareia






O Samba de Pareia, segundo relatos, surgiu há mais de 300 anos entre os escravos que trabalhavam nos canaviais, como uma forma de ocupar o pouco tempo de descanso que tinham ao longo de sua jornada diária de trabalho. O nome viria do fato de ser dançado em pares.
Na Mussuca, o Samba de Pareia é dançado por mulheres. Os homens acompanham apenas como tocadores que sustentam o ritmo com dois tambores médio-graves, uma cuíca e um ganzá, tocado por uma das mulheres. O principal elemento rítmico é a pisada dos tamancos das dançadeiras que fazem toda a diferença na sonoridade e na harmonia.
Uma peculiaridade desta manifestação cultural é o fato de estar relacionada a um ritual de nascimento que vem dos antepassados, onde o grupo se apresenta para manifestar a alegria pela chegada de mais uma criança no povoado, dando-lhe as boas-vindas no seu décimo quinto dia de vida.
A Mussuca fica a 23 Km de Aracaju, capital sergipana. É uma comunidade de remanescentes quilombolas que se empenha para manter as tradições herdadas de seus antepassados, como a Dança de São Gonçalo e o Samba de Pareia.


Guerreiro

















Auto natalino, que carrega marcas do Reisado. Sobre as origens conta a lenda popular que uma rainha, em um passeio acompanhada de sua criada de nome Lira e dos guardas (Vassalos), conhece a apaixona-se por um índio chamado Peri. Para não ser denunciada, manda matar Lira. Mesmo assim, o rei toma conhecimento do fato e, na luta contra o índio Peri, morre. 
A dança é composta de jornadas - uma seqüência de cantos e danças -, que são apresentadas de acordo com os personagens de cada grupo, sendo um dos pontos culminantes a luta de espadas, travada entre o Mestre e o índio Peri. Os principais personagens do Guerreiro, além do Mestre - que comanda as apresentações -, e do índio Peri, são: o Embaixador, a Rainha, Lira, o Palhaço e os Vassalos. 
Os instrumentos que acompanham o grupo são sanfona, pandeiro, triângulo e tambor. Destacam-se os trajes coloridos e ricamente enfeitados.




Lambe Sujo e os Caboclinhos








São dois grupos folclóricos unidos num folguedo que se baseia no episódio da destruição dos quilombos 
O grupo é formado por meninos e homens totalmente pintados de preto, usando uma mistura de tinta preta e melaço de cana-de-açúcar para ficar com a pele brilhosa. Eles usam short e um gorro de flanela vermelha. Nas mãos, uma foice, símbolo de luta pela liberdade. Fazem parte do grupo o Rei", a Rainha e a "Mãe Suzana", representando uma escrava negra.
Após uma alvorada festiva, os Lambe-Sujos saem às ruas, acompanhados por pandeiros, cuícas, reco-recos e tamborins, roubando diversos objetos de pessoas da comunidade que são guardados no "mocambo", armado em praça pública. A devolução dos objetos é feita mediante contribuição em dinheiro pelo proprietário do objeto roubado.
Junto com os Lambe-Sujos se apresentam os Caboclinhos, que pintam o corpo de roxo-terra e usam indumentária indígena: enfeites de penas, cocar e flecha nas mãos.
 
A brincadeira consiste na captura a rainha dos Caboclinhos pelos Lambe-Sujos, que fica aprisionada. À tarde, há a tradicional "batalha" pela libertação da rainha, da qual os Caboclinhos saem vitoriosos.
 
O grupo musical que acompanha o folguedo é composto por ganzás, pandeiros, cuícas, tambores e reco-recos.
Hoje, a "Festa de Lambe-Sujo", como é conhecida, tornou-se uma das mais importantes da cidade de Laranjeiras, acontecendo sempre no segundo domingo de outubro.
 



Cavalhadas





As cavalhadas, tradição cujas raízes são originadas na Idade Média. Na península Ibérica, o tema está associado às lutas dos cristãos contra os mouros, às guerras de conquista na África e à devoção a Nossa Senhora de Assunção. Trazida para o Brasil, a Cavalhada mantém a tradição medieval encenando as batalhas entre os cristãos e mouros. Ocorre em vários municípios sergipanos, em diversas épocas.




Maracatu Brejão





Maracatu Patrocínio que fica no povoado Brejão dos Negros, na cidade de Brejo Grande-SE, fica localizado a 5 Km da foz do São Francisco. Tem caracteristicas únicas como Maracatu e como tradição cultural, não tem nenhuma aparente relação com o Maracatu Pernambucano, claro que os personagens são comuns, mais isso vem das Cortes de Coroação de Rei e Rainha Congo.Isso nos mostra que o Maracatu foi e ainda é muito mais amplo que pensamos, além das tradicioanis baianas, o Maracatu tem soldado, padre, noivo e noiva, tinha mateus e Catirina, Seus tambores são tocados com as mãos não com baquetas e tem uma Cuica, como a maioria das manifestações culturais de Sergipe. Com certreza essa tradição é centenária. Esse povoado é região de remanescentes de quilombo.


Quadrilha Junina




A dança surgiu na França, no século XVIII, e chegou ao Brasil no século XIX, com a vinda da Corte portuguesa. Logo, essa dança de salão, típica da nobreza, foi adotada pelo povo brasileiro e espalhou-se pelo país, transformando-se em fator de identidade cultural dos festejos juninos, sendo dançada em homenagem dos santos Santo Antônio, São João e São Pedro. Os dançarinos desenvolvem a coreografia em dois cordões, compostos por pares.




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Fontes:

http://www.vivabrazil.com/folclore_em_sergipe.htm
Secretaria de Turismo de Sergipe
Acervo da internet Google pesquisas
documentários em geral 
domínio publico

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