sexta-feira, 6 de maio de 2005

 


Jazz & blues nas Ostras

 

Fora da ordem

Um ''experimento jazz-dada-onívoro'' ou ''uma (des)combinação atonal de ex-significados''. Duas (in)definições que poderiam situar a música do grupo mineiro pexbaA, criado em 1998, fruto de projetos anteriores (Escola Mineira de Disfunção, Holocausto) do cenário musical de Belô nos 80. Formado por Rossano Polla (trompete e voz), Rodrigo Magalhães (bateria), João Marcelo (baixo) e Rodrigo Otávio (guitarra), o grupo trabalha com a transfiguração dos gêneros e idiomas musicais (Birlium, barlium,bleum, Yaba, Violinha do Pai Tomás) numa troca vertiginosa de locações e estilos que sofre influências da obra fragmentária de Tom Zé, dos microtons de Walter Smetak e também do pós-punk cavernoso de Nick Cave e do free jazz de Ornete Coleman. O pexbaA, que participou de projetos como Rock Contemporâneo do Sesc Ipiranga e Rumos Itaú Cultural Música, além do Festival South by Southwest, em Austin, Texas, em 2002, é um dos integrantes do selo Amplitude (www.amplitude.art.br). Há ainda outros grupos, como o gaúcho SOL (Screams of Life), que, em seu disco No descompasso do transe - retalhos do meu silêncio, mescla ruídos, passagens jazzísticas, melodias caóticas e trechos eruditos. E o Satanique Samba Trio (Misantropicália), de Brasília, que arrola os eruditos Anton Webern e Gustav Mahler entre os inspiradores. E mais o duo Lacertae (A volta que o mundo deu), surgido há 15 anos, no pequeno povoado de Campo do Crioulo, de 500 habitantes, na cidade de Lagarto, interior de Sergipe. Os primos Deon Costa (guitarra) e Aldemir Tacer (berimbau e bateria) conduzem sua música por caminhos inauditos.