segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Tobias Barreto o homem e sua história


Tobias Barreto










Tobias Barreto (Tobias Barreto de Meneses) nasceu na vila sergipana de Campos, a 7 de junho de 1839 e faleceu no Recife, em 27 de junho de 1889, sendo filho de Pedro Barreto de Meneses, escrivão de órfãos e ausentes da localidade. É o patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador, seu discípulo e amigo Sílvio Romero.





Biografia 
Tobias Barreto (Tobias Barreto de Meneses) nasceu na vila sergipana de Campos, a 7 de junho de 1839 e faleceu no Recife, em 27 de junho de 1889, sendo filho de Pedro Barreto de Meneses, escrivão de órfãos e ausentes da localidade. É o patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador, seu discípulo e amigo Sílvio Romero.
Aprendeu as primeiras letras com o professor Manuel Joaquim de Oliveira Campos. Estudou Latim com o padre Domingos Quirino, dedicando-se com tal aproveitamento que, em breve, iria ensinar a matéria em Itabaiana.
Em 1861 seguiu para a Bahia com a intenção de frequentar um seminário mas, sem vocação firme, desistiu de imediato. Sem ter prestado exames preparatórios voltou à sua vila donde saira com destino a Pernambuco. Entre 1854 e 1865 o jovem Tobias, para sobreviver, deu aulas particulares de diversas matérias. Na ocasião prestou concurso para a cadeira de Latim no Ginásio Pernambucano, sem conseguir, contudo, a desejada nomeação.
Em 1867 disputou a vaga de Filosofia no referido estabelecimento. Venceu o prélio em primeiro lugar, mas é preterido mais uma vez por outro candidato. Para ocupar o tempo entrega-se com afinco à leitura dos evolucionistas estrangeiros, sobretudo o alemão Ernest Haeckel que se tornaria um dos mais famosos cientistas da época com seus livros Os enigmas do Universo e As maravilhas da Vida.
Poeta medíocre, na oratória Tobias se revelava um mestre, qualquer que fosse o tema escolhido para debate. O estudo da Filosofia empolgava o sergipano que nos jornais universitários publicou “Tomás de Aquino", “Teologia e Teodiceia não são ciências", "Jules Simon", etc. Ainda antes de concluir o curso de Direito casou-se com a filha de um coronel do interior, proprietário de engenhos no município de Escada.
Eleito para a Assembléia Provincial não conseguiu progredir na política local. Dedicou vários anos a aprofundar-se no estudo do Alemão, para poder ler no original alguns dos ensaístas germânicos, à frente deles Ernest Haeckel e Ludwig Büchner. Mais tarde sairiam de sua pena os Estudos alemães.
A residência em Escada durou cerca de dez anos. Ao voltar ao Recife, aos escassos proventos que recebia juntaram-se os problemas de saúde que acabaram por impedi-lo de sair de casa. Tentou uma viagem à Europa para restabelecer-se fisicamente. Faltavam-lhe os recursos financeiros para isso. No Recife abriram-se subscrições para ajudá-lo a custear-lhe as despesas. Em 1889 estava praticamente desesperado. Uma semana antes de morrer enviou uma carta a Sílvio Romero solicitando, angustiosamente, que lhe enviasse o dinheiro das contribuições que haviam sido feitas até 19 de junho daquele ano. Dias mais tarde falecia, em 27 de junho de 1889, hospedado na casa de um amigo.




Cadeira: 
38
Posição: 
Patrono
Data de nascimento: 
7 de junho de 1839
Naturalidade: 
Tobias Barreto - SE
Brasil
Data de falecimento: 
27 de junho de 1889
Local de falecimento: 
Recife, PE
;



Bibliografia 

Glosa, 1864.
Amar, 1866.
O Gênio da Humanidade, 1866.
A escravidão, 1868.
Que mimo, 1874.
Ensaios e estudos de filosofia e crítica, 1875.
Brasilien, wie es ist, 1876.
Ensaio de pré-história da literatura alemã, filosofia e crítica, estudos alemães, 1879.
Dias e noites, 1881.
Menores e loucos, 1884.
Discursos, 1887.
Polêmicas, 1901.
Menores e loucos, 1926




 




DEVE A METAFÍSICA SER CONSIDERADA MORTA?
 I
A questão de saber se a metafísica deva ou não ser considerada como exausta e morta, escapa, sem dúvida, se não completamente ao programa, pelo menos aos limites desta pequena folha.
Pedimos, todavia, respeitosamente, ao público a permissão de apresentá-la ao círculo de nossos leitores e contribuir com algum esforço para a sua solução.
Antes de mais nada, merece reparo como os espíritos em nosso país se portam no que diz respeito a semelhante indagação. O que melhor e mais acertado se pode afirmar no assunto é que o ponto de vista filosófico do nosso pretenso mundo científico é caduco e sem o mínimo préstimo. Não resta a mais leve dúvida que até as estrelas de primeira grandeza, os mais afamados pensadores e escritores da terra se distinguem pela sua fé implícita no velho Deus da teologia e da Igreja. Nada sabem de sério do desenvolvimento da vida intelectual do tempo presente e ousam falar de tudo, de filosofia, de religião, de ciência, e do que falam fazem grande alarde.
Uma coisa, porém, urge observar e é que com essa enorme ignorância correm emparelhados o orgulho e o desprezo pelos mais notáveis feitos científicos estrangeiros, notadamente alemães.
É isto suficiente para caracterizar, de um lado a deplorável condição em que nos achamos, e por outro, justificar o interesse que tomamos em responder à pergunta proposta. Se em nossos dias nenhum homem verdadeiramente culto deve ignorar que o dogmatismo da metafísica moderna foi abalado por Hume, cuja implacável crítica coube a Kant concluir em mais largas proporções e com mais considerável profundeza, há de causar admiração e grande espanto que tão triviais verdades ainda despertam entre nós.
Certo, antes que Augusto Comte, o fundador do positivismo na França, expelisse o absoluto para a região das quimeras, já Hume havia derrocado o edifício metafísico (...) Foi, em verdade, a dúvida do genial filósofo escocês acerca da validade dos juízos sintéticos em geral, que veio a se tornar o estímulo e a fonte das profundas pesquisas de Kant; e este mesmo declarara, sem rebuço, que a crítica de Hume é que primeiro o despertara de seu sono dogmático. São, com efeito, profundamente penetrantes as fortes palavras, como que talhadas em mármore, com que o terrível céptico inglês fechou seu Ensaio sobre o Espírito Humano. Ele diz: - “Quando, convictos da doutrina aqui ensinada, penetramos numa biblioteca, que destruição devemos causar? Tomemos um livro de teologia ou de metafísica e perguntemos: contém investigações sobre grandezas e números? Não. Contém o resultado de experiências acerca de fatos e realidades existentes? Não. Jogue-se então o livro ao fogo, porque não poderá conter nada além de sofisticarias e mistificações”. - Profunda e belamente dito.
Desde o momento em que semelhantes verdades foram impunemente pronunciadas, a metafísica deixou de poder ser considerada como pertencente ao grupo das ciências, quer quando fala do supersensível ou da essência das coisas, quer quando se pronuncia racionalmente sobre a substância da alma, a origem do mundo, a existência e os atributos da Divindade.
Toda a filosofia até o aparecimento de Kant, como ensina Schopenhauer, não passou de um sonho estéril de falsidade e servilismo intelectual, do qual os novos tempos só se libertaram pelo grado partido da Crítica da Razão Pura.
E cremos não estar em erro, proferindo a crença de que não teria Kant atingido o seu desenvolvimento, se não fora o influxo de Hume.
Distinguem-se no período pré-crítico do sistema kantesco dois estádios: no primeiro, esteve o grande filósofo sob o influxo da filosofia escolástica alemã; no segundo, sob a influência céptica. Foram principalmente Wolf, Locke e Hume que indicaram os marcos capitais por onde Kant teve de passar antes de descobrir os seus próprios.
Destarte, se reuniram nele todas as energias e esforços de seus predecessores. A parte de Hume tinha de ser a mais considerável e duradoura. Somente depois do genial escocês poderia vir um Kant: a estrada estava aberta, mas só ele a poderia verdadeiramente alargar.
 II
A máxima de que as investigações metafísicas são estéreis em resultados e de que é perda completa de tempo ocupar o espírito com elas, está em favor entre numerosas pessoas que se gabam de possuir o senso comum, e nós ouvimo-la às vezes enunciar por autoridades eminentes, como se sua conseqüência lógica, a supressão desse gênero de estudos, tivesse a força de uma obrigação moral.
Neste caso, contudo, com noutros análogos, aqueles que promulgam as leis parecem esquecer que um legislador prudente deve tomar em consideração não só se o que ordena é coisa que se deva desejar, como ainda se é possível que se lhe obedeça. Porquanto, se a última questão é resolvida negativamente, não valeria certamente a pena agitar a primeira.
Tal é, efetivamente, a grande força da resposta a dar a todos aqueles que bem quiseram fazer da metafísica um artigo de puro contrabando espiritual. Que seja para desejar, ou não, o impor um direito proibitivo sobre as especulações filosóficas, é absolutamente impossível impedir-lhes a importação no espírito humano. E é assaz curioso notar que aqueles que proclamam com maiores brados abster-se dessas mercadorias são, ao mesmo tempo e em grande escala, consumidores inconscientes de uma ou de outra de suas inúmeras falsificações ou imitações e arremedos. Com a boca cheia de broa grosseira, terrivelmente indigesta, tão de seu gosto, prorrompem em invectivas contra o pão comum. Em verdade, o tentame de alimentar a inteligência humana com um regime estreme de metafísica é pouco mais ou menos tão feliz quanto o de certos pios orientais que pretendiam sustentar o corpo sem destruir vida alguma. Todos conhecem a anedota do micrógrafo sem contemplação que destruiu a paz de espírito de um desses doces fanáticos, mostrando-lhe os animais que pululam numa gota de água com a qual, na cândida inocência de sua alma, ele matava a sede; e o adorador confiante do senso comum pode expor-se a receber um abalo do mesmo gênero quando o vidro de aumento da lógica rigorosa revela os germes, se não as formas já adultas, de postulados essencialmente, fatalmente metafísicos que fervilham entre as ideias mais positivas e até as mais terra-a-terra.
Aconselha-se aí de ordinário ao estudante sério, para o arrancar aos fogos fátuos que brotam dos pântanos da literatura e da teologia, que se refugie no terreno firme das ciências físicas.
Mas o peixe legendário que pulou da frigideira ao fogo, não era mais tolamente aconselhado do que o homem que busca um santuário contra a perseguição metafísica entre as paredes do observatório ou do laboratório. Diz-se que a metafísica deve seu nome ao fato de que, nas obras de Aristóteles, tratam-se das questões da filosofia pura imediatamente depois das da física. Se isto é verdade, esta coincidência simboliza com felicidade as relações essenciais das coisas, porquanto a especulação metafísica segue de tão perto a teoria física quanto os negros cuidados seguem seu cavaleiro.
Basta mencionar as concepções fundamentais e realmente indispensáveis da filosofia natural que tratam dos átomos e das forças, ou as da energia potencial, ou as antinomias de um vácuo ou não vácuo, para lembrar o fundo metafísico da física e da química, ao passo que, no tocante às ciências biológicas, o caso ainda é mais grave. Que é um indivíduo entre as plantas e os animais inferiores? Os gêneros e as espécies são realidades ou abstrações? Há uma coisa que se chama força vital? Ou este nome denota apenas uma relíquia de velho fetichismo metafísico? A teoria das causas finais é legítima ou ilegítima? Eis aí alguns dos assuntos metafísicos sugeridos pelo mais elementar estudo dos fatos biológicos.
Não é tudo: pode-se dizer, sem medo de errar, que as raízes de cada sistema de metafísica repousam no fundo dos fatos da fisiologia. Ninguém pode contestar que os órgãos e as funções da sensação sejam tanto da esfera do fisiologista quanto o são os órgãos e funções do movimento, ou os da digestão; e, todavia, é impossível adquirir até o conhecimento dos rudimentos da fisiologia da sensação sem ser levado diretamente a um dos mais fundamentais de todos os problemas metafísicos. Com efeito, as operações sensitivas têm sido desde tempos imemoriais o campo de batalha dos filósofos.
(Ensaios e estudos de Filosofia e Crítica)


RELATIVIDADE DE TODO CONHECIMENTO
A primeira proposição do programa pretende estabelecer como verdade a relatividade dos conhecimentos humanos.
Parece à primeira vista que nenhuma dúvida se pode levantar sobre tal produto. Desacreditada a pretensiosa ontologia metafísica e quase reduzida a proporções de velha mitologia, que tem perdido o seu primitivo encanto poético, é explicável que a ideia da relatividade de todo o saber humano viesse substituir o antigo prejuízo dos princípios absolutos e absolutas verdades.
Mas é mister que nos entendamos e tratemos logo de prevenir-nos contra um grande erro, que pode resultar de uma má interpretação do programa.
Ele começa por dizer que os conhecimentos humanos são relativos. Se com isto quis apenas significar que os nossos conhecimentos estão na dependência de certas condições, sem cujo preenchimento eles não podem ser completos, e porque tais condições nunca serão perfeitamente preenchidas, também eles nunca estarão no caso de se chamarem perfeitos, se esta é a idéia visada pelo programa, nenhuma contestação.
Não é crível, porém, que a isto se quisesse restringir a proposição mencionada.
A ideia da relatividade de todo o saber não é uma ideia nova; pelo contrário é quase tão velha como a filosofia. Entretanto, neste século, e mesmo em nossos dias, ela parece ter tomado um caráter novo. Pelo menos é certo que filósofos notáveis não se têm dedignado de consumir, por amor dela, muito papel e muita tinta, posto que nenhum proveito sensível nos tenha advindo de semelhante gasto.
É na Inglaterra principalmente, que, nos últimos tempos, a teoria da relatividade do saber tem sido professada e discutida com particular predileção. Quem primeiro ali apresentou-a com uma certa insistência (refiro-me aos tempos atuais) foi Hamilton, que aliás não teve coragem de sustentá-la em todas as suas conseqüências.
Na obra de Stuart Mill sobre a filosofia de Hamilton há dois capítulos (II e III) consagrados à elucidação desta doutrina.
Sobretudo interessante é o capítulo II, porque nele vêm expostas concisa e claramente todas as diversas nuanças da teoria em questão.
Porém é de supor que este distinto pensador, a despeito de sua grande sagacidade, deixou despercebido um ponto essencial na afirmação da relatividade dos nossos conhecimentos.
Mill opina que essa relatividade consiste no fato de que nós só podemos conhecer as nossas próprias afecções e nossos estados íntimos. Por isso, para ele, os extremos relativistas são aqueles que afirmam que nós não só nada conhecemos dos nossos próprios estados, como também que nada mais temos, nada mais há a conhecer.
Mas isto envolve um engano. Com a relatividade do saber admite-se um elemento de inverdade, de imperfeita validade objetiva.
Afirmar que os nossos conhecimentos são relativos só tem sentido sob o pressuposto de que as coisas em si não são tais, quais são para nós, e que só podemo-las conhecer tais quais elas nos aparecem.
Negando-se esta distinção, todo o saber é decerto relativo a nós, mas esta relatividade não implica então nenhuma inverdade dos conhecimentos, nenhuma limitação da sua validade.
O saber seria então absolutamente verdadeiro. Mas quando se diz que os conhecimentos humanos são relativos, o que se quer afirmar é justamente o contrário daquilo, é que absolutamente verdadeiro não é o nosso saber.
Esta teoria da relatividade formou-se em oposição à consciência comum, e este ponto não deve ficar esquecido.
O homem, que não reflete, crê: 1º, que ele conhece as coisas exatamente como elas são em si; 2º, que estas coisas existem justamente como são conhecidas, independentes do conhecimento; são objetos em si, absolutos, sem relação a nós.
Foi a inconciliabilidade destas duas asserções que provocou os primeiros escrúpulos céticos.
Já na Grécia, Protágoras dissera que o homem é a medida de todas as coisas, das que são, como elas são, das que não são, como elas não são; e por este modo levou a doutrina da relatividade aos seus extremos limites.
Porém é de notar que quando assim se leva tão longe esta teoria, ela converte-se no seu contrário e dá aos nossos conhecimentos uma validade e verdade ilimitadas, que de todo se opõem nos fatos.
A tese de Protágoras implica necessariamente que os objetos cognoscíveis não se distinguem do conhecimento que temos deles, pois que a não ser assim, o sujeito cognoscente não poderia ser medida de tudo, se o conhecimento e seu objeto não são duas, mas uma só coisa, então não se pode mais falar de relatividade. Uma relação, se esta palavra tem um sentido, não é concebível sem duas coisas, entre as quais a relação exista, e sem relação, naturalmente, não é possível relatividade alguma.
Os relativistas modernos aproximam-se de Protágoras. Porém nós acabamos de ver onde para o protagorismo.
A doutrina da relatividade só tem senso racional, nas duas seguintes hipóteses: 1ª, que os objetos cognoscíveis são determinados pela própria natureza do sujeito cognoscente; 2ª, que eles, justamente por causa desta sua relatividade, não representam a verdadeira, absoluta essência da realidade.
Que se deve entender, quando se diz que os objetos cognoscíveis são relativos ao sujeito, estão em necessária relação com ele? Somente isto: que na essência dos mesmos objetos há alguma coisa que os prende ao sujeito, uma originária adaptação daqueles às leis deste.
A relatividade do saber encerra dois momentos, diz A. Spir: primeiramente, o conhecimento dos objetos, dados como coisas externas no espaço, só é valioso com relação ao ponto de vista da consciência comum, mas objetivamente, ou em si, inexato, não verdadeiro. Conforme a expressão de Kant, as coisas têm no espaço só uma realidade empírica, nenhuma realidade transcendental. Em segundo lugar, os objetos empíricos são simples fenômenos, não apresentam a realidade em sua essência originária, absoluta, porém na forma estranha da pluralidade da mudança e da antítese ou dualidade de sujeito e objeto de conhecimento.
E eis aí o que se pode dizer em nome da filosofia ainda que em ligeiros traços a respeito da afirmação que os nossos conhecimentos são relativos.
Entretanto, dou-me pressa em confessar que a questão da relatividade, assim concebida, e só é que regularmente deve sê-lo, não tem muito cabimento na ciência, de que nos ocupamos. Mal se descobre a ligação que possa haver entre esta tese e as demais que lhe sucedem no encadeamento lógico do sistema.
Para ter alguma razão de ser é mister considerá-la no sentido de limitação. Todos os nossos conhecimentos são limitados. E dois são estes limites, diz Dubois Reymond: um consiste em que nós não podemos saber o que é força e matéria; o outro em que não podemos saber, como dos átomos e seu movimento pode nascer uma sensação...



Livros








Links:











A Casa Tobias fica na cidade que leva seu nome Tobias Barreto-SE.




Tobias Barreto localizada a 130 Km. da capital Aracaju

filósofo, escritor e jurista brasileiro. Foi o líder do movimento intelectual, poético, crítico, filosófico e jurídico, conhecido como Escola de Recife ' Tobias Barreto o nome que deu origem a cidade surgiu em homenagem,'





Fontes: : Academia Brasileira de Letras e pesquisas no Google.




quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Beto Pezão O artista de Carrapicho a terra do barro



Beto Pezão

O nome curioso explica: pés gigantes são a marca registrada das esculturas do artista sergipano. Filho ilustre do município Santana do São Francisco, José Roberto Freitas nasceu em 1952 e morou na cidade natal até os 19 anos, quando se mudou para Aracaju.










































Assista o Video do artista Beto Pezão












Provocações com Beto Pezão 

















































Fonte: 
http://www.pge.se.gov.br/artista-de-janeiro-beto-pezao%E2%80%8F/#prettyPhoto
Artesão e escultor, José Roberto Freitas, conhecido como Beto Pezão, nasceu às margens do Rio São Francisco, no dia 11 de dezembro de 1952, em Santana do São Francisco/SE (antiga Carrapicho). Aos seis anos de idade, ganhou um pequeno torno de presente, iniciando, assim, a arte de modelar o barro. Aos nove anos, já comercializava algumas de suas peças em feiras populares. Desde menino ajudava o pai, que era escultor, no trabalho artesanal com o barro.
Em 1971, já residindo em Aracaju, teve seu trabalho valorizado, através de um velho feito de barro solidamente plantado em dois pezões que lhes davam o devido apoio; criava, assim, a sua marca registrada, conhecida até hoje e, definitivamente, incorporou à sua obra a partir de 1972. A princípio, a ideia de usar os pés grandes, como forma de sustentação das esculturas, foi reprovada pelo seu pai/mestre, mas não demorou muito para ser aceita pelas pessoas e divulgada pela mídia como uma verdadeira obra de arte.
Antes de seu reconhecimento no universo da modelagem do barro, Beto Pezão fazia esculturas em madeira. Elegeu definitivamente o barro por perceber que esse material lhe oferecia na execução de suas peças “mais intimidade com as mão”. Em sua residência, no bairro Cidade Nova, mantém forno de lenha e um local adequado para estocagem de barro, procedente da terra natal.
Residindo em Aracaju há mais de 40 anos, os trabalhos de Beto Pezão já percorreram vários caminhos mundo afora. Realizou a sua primeira exposição no exterior, a convite da Universidade Católica do Chile, país onde retornou para expor outras 5 vezes. Suas obras também são admiradas no México, na Argentina, em Portugal, no Uruguai, no Paraguai, na Venezuela e nos Estados Unidos. No Brasil, sua arte foi exposta em vários Estados brasileiros, como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Minas Gerais. Encantado pelas personagens em barro de Beto Pezão, Fernando Gutiérres produziu e dirigiu um vídeo dando-lhes, através da arte gráfica, vida a eles.
Na arte popular de Beto Pezão, os temas são variados, mas o seu estilo de como retratá-los, ainda que copiado por muito artesãos, é único e inconfundível. Além dos pés grandes, suas esculturas, talhadas no barro, possuem traços fortes e detalhes marcantes e nos emocionam pela forma verdadeira de mostrar os sentimentos do povo nordestino. São figuras humanas dos sertões: vaqueiros, mendigos, pescadores, lavadeiras, vendedores, ambulantes e lavradores que expressam nos rostos as adversidades da vida agreste. Além dos sertanejos, outra paixão do artista são as imagens sacras que, igualmente, são sustentadas por imensos pés.
Na comercialização das suas peças, Beto Pezão fornece certificado de origem com nome e número. Elas estão em permanente exposição em Aracaju/SE no Centro de Turismo, no Aeroporto de Aracaju, no Espaço J. Inácio ou no próprio ateliê do artista.
Humilde, Beto Pezão não se vê como um ícone da cultura sergipana. Entretanto, o artista não consegue esconder a satisfação e a alegria por ter sua obra reconhecida: “o que é gratificante pra mim é apreciarem o meu trabalho”.






 





 





 




 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O Livro de Iuri Rodrigues - Um Lugar Para Respirar





O Livro Um Lugar Para Respirar de Iuri Rodrigues é o primeiro livro brasileiro que fala sobre transplante pulmonar.




Um lugar para respirar
Jornalista sergipano conta detalhes de como é a espera por um transplante pulmonar

Um jovem jornalista decide contar em riqueza de detalhes o que realmente acontece numa fila de transplante pulmonar. O livro, uma narrativa envolvente, conta histórias de pacientes que enfrentam as incertezas, batalhas e recomeços da vida.
A obra narra a jornada dos pacientes e seus acompanhantes, revela casos de superação vividos por quem, por ironia do destino, necessita de uma fila para restabelecer a sua respiração e emociona o leitor que, mesmo sem querer, acaba por se colocar no lugar dessas pessoas.
Assinado pelo jornalista Iuri Rodrigues e com uma narrativa emocionante, o livro mostra a realidade da vida em uma fila à espera de um órgão. Tal espera, o sucesso, a morte e a vida acontecem dentro da Santa Casa de Porto Alegre, um lugar onde muitos estão em busca de poder respirar.

Iuri Rodrigues é jornalista e escritor e é sergipano, de Lagarto.







livro-reportagem sobre o transplante pulmonar em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. A ação marcada para acontecer no Parcão, marcará o lançamento da obra que foi produzida em terras gaúchas.

Intitulado de “Um lugar para respirar”, o livro conta a história de dramas vivenciados por pessoas que necessitam de um transplante pulmonar. Além disso, a obra que é pioneira no assunto, visa conscientizar as pessoas sobre a doação de órgãos.

Iuri presentou o especialista que durante dois anos o concedeu entrevistas para a feitura da sua obra

Iuri presentou o especialista que durante dois anos o concedeu entrevistas para a feitura da sua obra

Vale lembrar que as histórias contadas no livro foram prospectadas no pavilhão Pereira Filho da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, único hospital no Brasil que trata exclusivamente de assuntos ligados ao pulmão. Segundo o jornalista, para que a obra pudesse ser publicada ele teve que passar dois anos vivenciando momentos bons e ruins.

Saiba mais sobre o livro-reportagem Um lugar para respirar.

O post Iuri Rodrigues lançará seu 1° livro sobre transplante pulmonar no Rio Grande do Sulapareceu primeiro em Lagarto Notícias



Jornalista e escritor, o sergipano de Lagarto, Iuri Rodrigues, foi assessor de imprensa em Sergipe e em São Paulo. Tem uma coluna de crônicas no portal lagartense.com.br e conclui um mestrado sobre humanização no jornalismo.






site Jornalismo de Resistencia


Uma Carta que vem do sertão 
Por: Iuri da Silva Rodrigues em 02/08/2017



Acordei doente. Escrevo não como jornalista, mas como lagartense e brasileiro que sou

Fabinho (tão estranho começar assim, informal, mas notei ontem que é assim que te chamo toda vez que falo de você) Nunca me esquivei em dar a minha opinião sobre o atual momento da política brasileira. Como disse Mark Twain, "os boatos a respeito da minha morte estavam um pouco exagerados". Tenho gritado tanto, mas tanto, nesses últimos meses sobre a disparidade que vive os nossos valores na política, as sobrevivências do planalto e do congresso quase inoperante, que só funciona na chantagem imoral e antiética, que, de tanto gritar, fiquei rouco.

E como sou uma pessoa movida pelo desejo de que as coisas melhorem, que os rumos tomem os trilhos e que os culpados paguem pelos desastres que cometeram, decidi dirigir essa carta para o deputado conterrâneo Fábio Reis. Porque quando a voz não alcança, acredito que as palavras, chegam. Ou devam chegar.

Eu acredito muito em cartas, deputado Fábio Reis, porque elas estabelecem um remetente e um destinatário. E elas expressam, ainda, um dos eventos mais importantes da vida, que é o desejo de alcançar o outro através das palavras.

Começo por dizer que pra mim foi uma honra acreditar em você quando depositei o meu voto, em 2010 e 2014, como meu representante para a Câmara Federal, e diante do cenário, quero esclarecer, como eleitor que fui, alguns pontos que nunca foram ditos. 

Eu sei que as cidades do interior carregam uma cultura de que só existem dois modos para votar em alguém: ou você pertence a um grupo político desde que nasceu e vota a vida inteira sem poder ter uma visão crítica, ou então vira um objeto a ser leiloado e vota em que pagar melhor. Eu me encaixo no primeiro, porque meu voto não tem valor financeiro. Tem valor moral.

Sabe, Fábio, eu e você nascemos e crescemos numa cidade do interior sergipano em que as dificuldades das pessoas são presentes rotineiramente. Sei das suas conquistas para a nossa cidade, das obras, das emendas, mas também sei que não adianta trazer um asfalto pra tirar o povo da poeira e depois ser conivente de um partido. Uma coisa, deputado, não justifica a outra.

Não sei exatamente o porquê de você sempre votar como o seu partido determina. Quando uma sigla tem mais importância do que o povo, algo está errado.
Um dia, quando eu frequentava as aulas de português no Frei, – essa, sim, era uma escola de verdade –, uma professora me ensinava o dever da ética e da moral enquanto cidadão. Essa professora me libertou. Ela me ensinou a ler e a interpretar textos e, mais ainda, a ter uma visão crítica das coisas. Até mesmo das coisas pelas quais nós gostamos.

Carrego uma culpa por ter me calado durante anos. Quem cala, consente. Porque calar, diante das atrocidades é ser conivente também. Mas aqui vai meu pedido de desculpas. Prometo que não mais calarei.

Quando Dilma, uma presidente eleita, foi deposta, eu não consegui visualizar o motivo alegado que justificasse aquela medida tão extrema. Não foi uma traição a ela, foi uma paulada na cabeça na democracia, em nós, em mim. Até hoje não me recuperei da cacetada. Quem sabe e luta por ideais de democracia, sabe do que estou falando.

Poderia contar uma linda história, mas optei pela verdade. Pela minha verdade e é muito difícil para mim.

Você começou votando em Cunha para presidente e depois seguindo os votos de Cunha contra Dilma. Depois votou no impeachment. Não compareceu para votar contra Cunha. Votou na terceirização. Votou pela cobrança de pós-graduação nas Universidades públicas. Não votou contra a reforma trabalhista.

Enquanto essas votações aconteciam, martelava na minha cabeça uma música de Cazuza: "Meu partido, É um coração partido, E as ilusões, Estão todas perdidas, Os meus sonhos, Foram todos vendidos, Tão barato que eu nem acredito".

No início, você me parecia ser muito autêntico. Porque deveria representar a sensibilidade e o desejo de mudança dos jovens sergipanos (em especial dos lagartenses).

Entrei numa campanha para vereador em 2016, por ideologia. Você viu, foi testemunha da minha caminhada e é testemunha, também, do alto preço que paguei em não aceitar entrar no jogo de alguns. Perdi ganhando. Foi a maior experiência que tive na vida. Hoje sou uma pessoa melhor do que fui.

E, quando as urnas abriram, nem um abraço de sua parte, nenhuma mensagem. Poderia ser dessas que se mandam pelo Watizap mesmo. Mas nada. NA DI CA de nada. Até hoje espero. E também reconheço que o meu modo de fazer campanha, chocou muita gente. Porque não tenho política como profissão, tenho por convicção.

Meu voto não tem preço. E se exigir ideias para se votar em um candidato for errado, prefiro ficar com minha loucura ideológica a cair na lucidez de uns tantos.

Continuarei caminhando e acreditando em sonhos, porque já sonhei, porque sonho e sei que sonharei até os meus últimos dias.

Por fim, Fábio, queria dizer que há uma foto de seu santinho da campanha passada em minha estante de livros. O que é bem estranho é que toda vez que olho pra ela (e são muitas vezes) eu lembro do desejo de representação que eu, e tantos outros tínhamos quando te colocamos na Câmara Federal.

Meu voto pode não fazer muita diferença, mas uma coisa eu digo: EU NUNCA VOU VOTAR EM QUEM VOTOU CONTRA O POVO.


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Contatos :

079 999384953



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