quarta-feira, 4 de março de 1998

Hoje não tem refresco para a galera...


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Hoje não tem refresco para a galera

por CLARISSA LIMA JC Jornal do Comércio

Se na primeira noite e na última, o público ainda teve e terá um refresco com algumas atrações regionais e, diríamos, pops, a segunda noite do Abril Pro Rock 98 será só "porrada". Em quase todas as edições, o festival tem reservado um dia para as rodas de pogo e para os adeptos do visual black. A maratona de hardcore começa às 17h, com 12 "obstáculos", ou melhor, atrações pela frente.

A abertura será feita pela única representante sergipana, a Lacertae, que já conhece bem os palcos do festival, por ter participado de outras edições. Sem o baixo na composição, a banda faz um rock agreste sem muita pretensão.

Querendo fugir da sombra dos Mamonas Assassinas, a Baba Cósmica promete um som pesado, numa linha mais heavy metal. A disposição para assumir um estilo próprio também ganha força nas letras, 90% delas falam sobre mulher. Esta nova fase da banda marca o lançamento do segundo CD, O Que Você Quiser, que será apresentado pela primeira vez aqui.

Vem lá dos pampas gaúchos, o punk brega de Wander Wildner, que carrega "nas costas" a sua participação no Replicantes. As opiniões sobre o som do rapaz de meia-idade são bem conflitantes. Enquanto alguns acham uma baba, outros preferem se divertir com suas letras escrotas. Veja e decida.

A Acabou La Tequila deverá ser um dos refrescos da noite com uma mistura ska, hardcore, reggae, funk e ritmos latinos. A banda já está com o CD na praça há um bom tempo. Quem também pega leve nas "porradas" é a pernambucana Sheik Tosado, que dilui o hardcore com pegadas de capoeira e maracatu.

Da terrinha, a Devotos do Ódio promete surpresas, incluindo um cover de uma banda pernambucana, que guarda segredo. Pronta para lançar o primeiro CD, Dona Margarida Pereira mostrou no Mangue em Movimento, que a sua mistura de noise, rap e batuque está bem madura.

Seguindo a porrada, a Squaws traz no seu CD de estréia uma mistura de rock-tecno-hiphop. Vem daí também a Funk Fockers. Pelo nome dá para saber de que os "ingênuos" sete meninos do Rio de Janeiro vão falar. Funk e sexo, claro. O trabalho dos MCs da FF têm influência de Run DMC, Dead Kennedys e o indefectível Beastie Boys. A galera vai tocar músicas inéditas dos FF e promete surpresas para o seu primeiro show no Recife.

Não menos podreira, vem a Ratos de Porão. A banda está se preparando para uma turnê na Europa, com mais de 40 shows. Depois de perder 23 kg num spa de São Paulo, o vocalista João Gordo volta à cidade em plena forma para deixar a sua marca no APR. As meninas da Polux (a única exceção é o guitarrista Rodrigo) também vêm do Rio de Janeiro para mostrar a sua guitarra punch, com toques noise, nas versões português e espanhol.

A banda californiana Suicidal Tendencies faz um punk rock vigoroso, que ganha adeptos desde os anos 80. A banda vem mostrar o último CD, Prime Cuts.

* Colaborou Ana Braga

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