sábado, 7 de março de 1998

Programação do festival Abril pro Rock 98

Programação do festival Abril pro Rock

Sexta-feira, dia 03

Edmílson do Pífano (PE)
Comadre Florzinha (PE)
Querosene Jacaré (PE)
Luciana Pestano (RS)
Cascabulho (PE)
Skank (MG)

No domingo, após o último show, a noite continua com festas comandadas pelo DJ Soul Slinger, que faz Jungle Sky, e pelo T.C. Iscam, de Nova Iorque (EUA), um dos pioneiros do hip-hop mundial. Além disso, no sábado e no domingo haverá também o já tradicional Mercado Pop, que apresenta roupas, bijuterias, objetos de decoração e mil bugingangas feitas por artistas da terra.

Sábado, dia 04

Lacertae (SE)
Baba Cósmica (RJ)
Dona Margarida Pereira e Os Fulanos (PE)
Wander Wildner (RS)
Acabou La Tequila (RJ)
Polux (RJ)
Sheik Tosado (PE)
Ratos de Porão (SP)
Funk Fuckers (RJ)
Squaws (RJ)
Devotos do Ódio (PE)

A banda norte-americana Suicidal Tendencies, um dos mais famosos grupos de hardcore do mundo, tem 80% de chances de fechar essa noite.

Domingo, dia 05

Tânia Cristal (PE)
Júpiter Maçã (RS)
Lia de Itamaracá (PE)
Zé Neguinho do Coco (PE)
Pedro Luís e a Parede (RJ)
Rip Monsters(SP)
Capitão Sevéro (PE)
Serpente Negra (PE)
Stonkas e Congas (SC)
Tiroteio (SP)
O Rappa (RJ)
Lenine (PE)
Tim Maia (RJ)

As 300 primeiras pessoas que comprarem ingressos ganham um CD.

Fale conosco diario@dpnet.com.br

Programação do festival Abril pro Rock

Sexta-feira, dia 03

Edmílson do Pífano (PE)
Comadre Florzinha (PE)
Querosene Jacaré (PE)
Luciana Pestano (RS)
Cascabulho (PE)
Skank (MG)

No domingo, após o último show, a noite continua com festas comandadas pelo DJ Soul Slinger, que faz Jungle Sky, e pelo T.C. Iscam, de Nova Iorque (EUA), um dos pioneiros do hip-hop mundial. Além disso, no sábado e no domingo haverá também o já tradicional Mercado Pop, que apresenta roupas, bijuterias, objetos de decoração e mil bugingangas feitas por artistas da terra.

Sábado, dia 04

Lacertae (SE)
Baba Cósmica (RJ)
Dona Margarida Pereira e Os Fulanos (PE)
Wander Wildner (RS)
Acabou La Tequila (RJ)
Polux (RJ)
Sheik Tosado (PE)
Ratos de Porão (SP)
Funk Fuckers (RJ)
Squaws (RJ)
Devotos do Ódio (PE)

A banda norte-americana Suicidal Tendencies, um dos mais famosos grupos de hardcore do mundo, tem 80% de chances de fechar essa noite.

Domingo, dia 05

Tânia Cristal (PE)
Júpiter Maçã (RS)
Lia de Itamaracá (PE)
Zé Neguinho do Coco (PE)
Pedro Luís e a Parede (RJ)
Rip Monsters(SP)
Capitão Sevéro (PE)
Serpente Negra (PE)
Stonkas e Congas (SC)
Tiroteio (SP)
O Rappa (RJ)
Lenine (PE)
Tim Maia (RJ)

As 300 primeiras pessoas que comprarem ingressos ganham um CD.

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quarta-feira, 4 de março de 1998

Hoje não tem refresco para a galera...


SHOWS

Hoje não tem refresco para a galera

por CLARISSA LIMA JC Jornal do Comércio

Se na primeira noite e na última, o público ainda teve e terá um refresco com algumas atrações regionais e, diríamos, pops, a segunda noite do Abril Pro Rock 98 será só "porrada". Em quase todas as edições, o festival tem reservado um dia para as rodas de pogo e para os adeptos do visual black. A maratona de hardcore começa às 17h, com 12 "obstáculos", ou melhor, atrações pela frente.

A abertura será feita pela única representante sergipana, a Lacertae, que já conhece bem os palcos do festival, por ter participado de outras edições. Sem o baixo na composição, a banda faz um rock agreste sem muita pretensão.

Querendo fugir da sombra dos Mamonas Assassinas, a Baba Cósmica promete um som pesado, numa linha mais heavy metal. A disposição para assumir um estilo próprio também ganha força nas letras, 90% delas falam sobre mulher. Esta nova fase da banda marca o lançamento do segundo CD, O Que Você Quiser, que será apresentado pela primeira vez aqui.

Vem lá dos pampas gaúchos, o punk brega de Wander Wildner, que carrega "nas costas" a sua participação no Replicantes. As opiniões sobre o som do rapaz de meia-idade são bem conflitantes. Enquanto alguns acham uma baba, outros preferem se divertir com suas letras escrotas. Veja e decida.

A Acabou La Tequila deverá ser um dos refrescos da noite com uma mistura ska, hardcore, reggae, funk e ritmos latinos. A banda já está com o CD na praça há um bom tempo. Quem também pega leve nas "porradas" é a pernambucana Sheik Tosado, que dilui o hardcore com pegadas de capoeira e maracatu.

Da terrinha, a Devotos do Ódio promete surpresas, incluindo um cover de uma banda pernambucana, que guarda segredo. Pronta para lançar o primeiro CD, Dona Margarida Pereira mostrou no Mangue em Movimento, que a sua mistura de noise, rap e batuque está bem madura.

Seguindo a porrada, a Squaws traz no seu CD de estréia uma mistura de rock-tecno-hiphop. Vem daí também a Funk Fockers. Pelo nome dá para saber de que os "ingênuos" sete meninos do Rio de Janeiro vão falar. Funk e sexo, claro. O trabalho dos MCs da FF têm influência de Run DMC, Dead Kennedys e o indefectível Beastie Boys. A galera vai tocar músicas inéditas dos FF e promete surpresas para o seu primeiro show no Recife.

Não menos podreira, vem a Ratos de Porão. A banda está se preparando para uma turnê na Europa, com mais de 40 shows. Depois de perder 23 kg num spa de São Paulo, o vocalista João Gordo volta à cidade em plena forma para deixar a sua marca no APR. As meninas da Polux (a única exceção é o guitarrista Rodrigo) também vêm do Rio de Janeiro para mostrar a sua guitarra punch, com toques noise, nas versões português e espanhol.

A banda californiana Suicidal Tendencies faz um punk rock vigoroso, que ganha adeptos desde os anos 80. A banda vem mostrar o último CD, Prime Cuts.

* Colaborou Ana Braga

domingo, 14 de abril de 1996

Recife-PE, Brazil
Abril Pro Rock 1996

1. dEUS
2. Gilberto Gil
3. Mundo Livre S.a.
4. Eddie
5. Chico Science
6. Nacao Zumbi
7. Camisa De Venus
8. Mestre Ambrosio
9. Concreteness
10. Lacertae
11. Peter Perfeito
12. Jorge Cabeleira E O Dia Em Que Seremos Todos Inuteis
13. Paulo Francis Vai Pro Ceu
14. Living in the Shit
15. Querosene Jacare
16. Das Bandas Da Paraiba
17. Brincando De Deus
18. Dr. Cascadura
19. So Severino
20. Linguachula
21. Devotos

segunda-feira, 27 de março de 1995

EP - vinil com 3 musicas do Lacertae = circus_ochestra_primitiva 1993 a 1995 - baixe musicas históricas

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LACERTAE - CIRCUS OCHESTRA PRIMITIVA 1993 // 1995




Texto por Adolfo Sá - zine Cabrunco

Pegue uma garrafa de álcool etílico. Misture com mel. Beba. Você terá a noção exata do que é o Lacertae. Ao Primeiro gole a receita parecerá intragável, forte demais para seu paladar acostumado a amenidades. Mas não se amedronte.

Tome outro gole. O álcool ainda desce queimando sua garganta, mas você já estará sabendo como tudo começou. O período jurássico encerrou-se com o choque de um meteoro. Anônimo, O Assassino. Restaram apenas três lagartos. Não trocaram palavra, não precisavam. Os olhos vermelhos se cruzaram e no mesmo momento souberam que só sobreviveriam se permanecessem reunidos. O Terceiro balançou sua cauda sobre o terreno arenoso e os outros dois concordaram com a cabeça. O terceiro gole. O Terceiro já não mais o é. Chame-o de Tacer, por favor. E aos outros, de Paulo e Deon. Suas línguas serpenteadas já proferem palavras. Suas barrigas já não se arrastam mais pelo chão. Muito tempo se passou, eles andaram 100 Km c/ 1 sapato e outros tantos descalços, e suas patas tornaram-se pés e mãos. A despeito do que viram e aprenderam, sempre voltam para o buraco de onde saíram. A essa altura, vê-se alguns cactos ao redor.

Enquanto os três conversam em latim, sua mão empurra a garrafa para a boca. O bom senso manda que você pare de beber, mas seu corpo já não lhe presta mais contas. Fiat Voluntas tua, é o que você diz, e dá mais um gole. Paulo é o primeiro a notar sua presença. Você mal tem tempo de ver uma barba rala crescendo sobre a pele escamosa quando ele mata a pauladas A Galinha que passava por ali.

Com o susto, você verte mais um pouco do álcool que ainda resta. Paulo, a esta altura, espanca a lataria banhada de sangue e grita frases ininteligíveis para você, mas que parecem fazer algum sentido para o povo queimado de sol que assiste ao espetáculo primitivo na planície que os três lagartos insistem em chamar de cratera. Eles dizem que ali caiu um meteoro, e aquele é o lar deles.

Você não quer acreditar, mas começa a gostar daquilo que está ouvindo. Talvez seja a flauta de Paulo que lhe tenha hipnotizado, ou os riffs da guitarra de Deon, ou a bateria tribal de Tacer. Não importa a causa. Você nem quer mais saber. As últimas gotas de álcool escoam por sua garganta, e você quer mais. Ainda há mel depositado no fundo da garrafa. Você enfia a língua e assusta-se ao vê-la dividida em duas extremidades. Aterrorizado, você percebe que sua pele tornou-se dura e quebradiça e seus olhos dilatados, e que sua barriga agora toca o solo árido. Como não consegue falar, olha para os répteis barulhentos e um deles lhe diz: "Calma, irmão. Agora você entende o que é o uga-uga core."

- Eu devo estar bêbado - é o seu último pensamento. No instante seguinte, crava os dentes no rato que será seu almoço. O sangue do bicho tem gosto de álcool, embora você não perceba.

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100 Km c/ 1 Sapato - Lacertae (1995)Ao mesmo tempo, o Lacertae, no Sergipe, abria uma em muitas possibilidades. Depois da seca de 1995, o mercado independente passou por uma brusca horizontalização, e sua pluralidade tornava-se sua principal qualidade. Assim, bandas de lugares sem tradição passavam a ganhar espaço no cenário, quebrando o eixo Rio-SP-BH-Brasília-PoA-Recife que já havia quebrado o RJ-SP original no começo da década. A cena começa a fragmentar-se não apenas em lugares diferentes (cidades como Goiânia, Londrina, Salvador, Fortaleza, Florianópolis, Vitória e Maceió reivindicam na marra seu próprio espaço, nos anos seguintes) mas em gêneros improváveis. Se a MTV e o Sepultura criaram um hiato noise/guitar/heavy com bandas cantando em inglês e tentando, sem sorte, o mercado exterior, a fita de estréia do Lacertae é o elo perdido entre o pop dos anos 90 e o experimentalismo dos dias do Vzyadoq Moe. Hendrix, discursos concretos e uma bateria com berimbau também mostravam que o Nordeste estava em plena ebulição artística depois do mangue beat.